terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A vergonha de Cavaco

Cavaco disse que os portugueses devem sentir vergonha dos níveis de pobreza existentes no país.
Deveria ter ido mais longe e acrescentar que aqueles que maior poder e meios tiveram são os que terão mais motivos para se sentirem mesmo muito envergonhados.
Quem foi primeiro ministro durante 10 anos, recebendo as primeiras ajudas europeias, e que já leva 5 anos de presidência da república é um dos que mais envergonhado se deveria sentir.
Ao querer repartir a sua dose de vergonha com a maioria dos portugueses que não é culpada pelo estado a que o país chegou, Cavaco mostra que afinal ele tem mesmo pouca vergonha.


A morte Pôncio Monteiro

Sem nunca ter sido jogador, nem treinador nem ter tido visibilidade enquanto dirigente do FCP, Pôncio Monteiro acabou por se tornar numa das figuras mais carismáticas do seu clube,
Apesar de não gostar do que ele defendia, sempre admirei o seu discurso organizado, com um enorme poder de argumentação e um apurado sentido de humor.
O futebol de cadeirão ficou mais pobre.

O desaparecimento de Aurélio Márcio

Aprendi a ler ao querer saber o significado das letras juntas num jornal grande onde se via uma bola. Pouco depois era capaz de ler "A Bola" e fui-me aventurando por palavras mais longas e mais complexas.
Aurélio Márcio foi, assim, um dos meus primeiros autores e mais tarde tornou-se num dos meus jornalistas desportivos preferidos.
Achava-o demasiado adepto do futebol força dos alemães, mas gostei de ler as suas posições de apoio aos altos, louros e toscos Stromberg e Manniche, numa época em que muitos puristas não gostaram de ver o SLB perder um pouco da sua imagem de futebol predominantemente técnico.
Tudo evoluiu e ele estaria certo na necessidade de termos jogadores que além da tradicional técnica tivessem também uma maior capacidade física.
Figo e Cristiano Ronaldo, dois bolas de ouro, serão talvez a prova de que ele tinha razão.